
Em 1965 eu ainda não tinha nascido. Aliás, meus pais ainda não tinham nem se conhecido. Aliás, meus pais ainda estavam no colégio. Aliás, eu só fui aparecer muitos e muitos (e muitos e muitos e muitos) anos depois. Mas em 1965 foi lançado o musical The Sound of Music. No Brasil, ele ficou conhecido como “A Noviça Rebelde”, com Julie Andrews e Christopher Plummer. O musical trazia todos os elementos da breguiçe. Era piegas, com musiquinhas fáceis, órfãos de mãe, uma baba perfeita e um pai malvado. Ok. Daí o filme ganhou 5 Oscars e correu o mundo. Não tá entendendo esse assunto? Então eu explico. Minha infância foi povoada pela noviça rebelde. Minha mãe era fanática pelo filme e sozinha já deve ter assistido umas 80 vezes (sem exagero). Ela é fã n.º 1 da Julie Andrews. Daí, quando eu nasci a minha mãe tinha certeza que eu ia ser cantora e por isso me colocava na frente da TV pra assistir a “fita” do filme toda semana. Foi uma verdadeira lavagem cerebral. Como foram muitas vezes, eu acabei decorando todas as musiquinhas fáceis. Do-Re-Mi, Edelweiss, My favorite things... todas elas... e eu ainda chorava muito quando a Julie Andrews era humilhada pela noiva malvada (mas chique) do Capitão Von Trapp... Anos depois eu enterrei o filme e tinha vergonha dele, tirei de vez aquela cantoria da minha cabeça... maaaas como o mundo dá voltas, hoje eu me vejo me apaixonando dinovo... comprei o DVD, gravei as musiquinhas e saio correndo de braços abertos na sala da minha casa cantando: “The hills are alive.... with the sound of music.” Será muito Prozac?
Nenhum comentário:
Postar um comentário