Histórias do Jurandir e sua vida na repartição

Jurandir é chamado para conversar com o diretor da repartição. Aparentemente o diretor está preocupado com fofocas que podem ter chegado ao ouvido do Jurandir, caluniosas, obviamente, contando que o diretor chamou o Jurandir de incompentente. Logo o Jurandir, rapaz esforçado, honesto.

Jurandir entra. Cumprimenta o diretor. Recusa educamente a oferta do cafezinho na xícara de porcelana (Jurandir só toma café no copinho plástico). Está incomodado, não sabe o assunto. Sua frio. Treme. O diretor fita Jurandir por um momento, sério, quase abalado. Finalmente pergunta se Jurandir está sabendo do que se comenta pelos corredores. Jurandir faz que não com a cabeça. O diretor, desconfiado de que Jurandir não diz a verdade, pergunta se este acha mesmo que alguém o chamaria de incompetente. Jurandir então, em um ato de grande emoção, ajoelha, pede perdão, diz que tem família para sustentar e jura por seu nome que nunca mais, repita-se, NUNCA MAIS, engavetará um único processo inacabado se ganhar mais uma chance.

Jurandir ainda não aprendeu que conversa de corredor na repartição chega sempre ao contrário.