Fedor Contido

Maratona de banheiro de escritório queima mais calorias que maratona em São Paulo. Dúvida?

Aqui no escritório, por exemplo, tem um banheiro com lavabo comum e duas micro portinhas, uma para homens e outra para mulheres. Péssimo. Você vai cagar e a maratona já começa na reza: reza para ninguém estar na portinha ao lado, reza para não feder (muito) e reza para não fazer barulho. Sempre dá errado e você fica lá segurando até a pessoa ao lado fazer as necessidades dela e vazar. O pior é quando o do lado também percebe que não está sozinho e resolve segurar também. Aí fundeu! E sabe que dá mais raiva quando a pessoa ao lado tava segurando xixi e você o cocô. Porra, cocô tem preferência em matéria de seguramento!!! Tem gente que não sabe código de ética em banheiro de escritório (tss, tss).

E então você finalmente caga e na seqüência: (i) percebe só então que acabou o papel higiênico (neste caso, sorte que você levou aquele memorando para ler enquanto cagava); e/ou (ii) percebe que uma descarga só não vai dar conta do recado e terá que dar a segunda (fundeu, todos vão ouvir que você cagou demais). Finalmente você recoloca suas calças e percebe que o bom ar (aquele que ninguém agüenta mais o cheiro) acabou. Nããããããoooooo!!! Você abriu aquela janela micro do compartimento, mas não adiantou. O bom ar era mesmo sua única esperança... Só lhe resta então duas opções: ou você fica lá dentro esperando dar uma arejada, ou respira fundo (não tão fundo assim, né?) e sai de cabeça erguida e honra cagada.

Lei de Murfe em banheiro de escritório parece ser potencializada. Tudo acontece. Se você resolver escovar seus dentes, seu chefe abrirá a porta neste instânte e conversará com você sobre algum trabalho qualquer, que você não concorda, não quer fazer, mas não consegue fugir porque ou você diz que sim com a cabeça ou vai ser espuma de pasta de dente saindo pela culatra. E quando você entra para lavar as mãos e se depara com a secretária lavando o vaso sanitário depois de usá-lo?? No primeiro momento você pensa: "Nossa, que moça higiênica". Mas na seqüência o pavor toma conta de você: "Ai senhor! Será que o que ela tem pode ser contraído pelo vaso sanitário???". Não é fácil.

Ih...Tem muito mais...Tem o constrangimento por encontrar a mesma pessoa no banheiro em um intervalo menor do que 30 minutos (algum dos dois, ou ambos, estão vazando demais). Tem o constrangimento de sentar na privada quentinha e saber que alguém sentou nela segundos antes. Mas o pior de tudo mesmo, disparado, é saber a identidade daquele que entrou minutos antes que você ou aquele que neste momento divide o banheiro com você. É horrível dar nome aos bois neste momento...

O jeito é entregar a Deus. Ou segurar e esperar chegar em casa. O que também, convenhamos, merece um post a parte, já que lá provavelmente você divide o banheiro com seu marido, irmãos ou vizinhos (vai saber!).